sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Momento Estória: Essa "coisa" estranha que é amar


E com o dia já amanhecido, ela desperta de seu sono profundo e profundamente suspira com uma preguiça matinal já marcando-a logo cedo. Demora alguns instantes e já sozinha no quarto percebe o som da televisão na sala, um som quase imperceptível, como se estivessem com medo de acorda-la ou simplesmente por a porta ser grossa demais para atravessar completamente, o ruído. Olha as horas no visor do celular, olha as mensagens dentro dele, olha seu livro ao lado e resolve lê-lo. Ela adora ler de manha, assim que acorda, geralmente gosta de fazer um chá para si e ler á luz auroreada, mas hoje ela esta preguiçosa, e decide simplesmente ler.

Para uma menina de quinze anos, parece uma coisa estranha gostar de chá e de ler, mas ela não se importa de ser estranha, se é que é realmente. Sua vida não é como nos livros que lê, cheios de romances e descobertas luminosas, mas vai ver que é por isso que gosta tanto desse tipo de história. As pessoas procuram por aquilo que não possuem, e acham que merecem. Disso ela sabe, sabe também que todos procuram alguém para amar, já que hoje em dia só se pensam nisso, o amor. Ela não sabe nada sobre o assunto, ama seus amigos e sua família, mas nada fora do comum. Nunca se achou uma filosofa para ditar sobre isso, algo tão complexo e simples ao mesmo tempo. É difícil abandonar tudo que acredita em nome do amor, mas pelo simples fato de amar, se torna algo desejável e magicamente estranho para ela.

 Não é como nos filmes em que o mocinho sempre trás flores das mais cheirosas, abre as portas do carro e das lojas ou compra chocolates crocantes para a namorada. Claro que isso acontece, mas não é tão bonitinho e mágico como parece, e nem sempre é tudo tão bonitinho e mágico como esperam. Ela não tem “moral” para pensar assim, já que cria expectativas de um amor fofo, macio e delicado como nos sonhos.
Isso tudo parece tão confuso, nos dias de hoje, com tanta brutalidade vinda dos outros e tanta violência respondida por você, chega a ser cômico todos quererem amar a paixão, deseja-la como se passam em seus pensamentos. Vai ver, eles querem mesmo é simplesmente chegar em casa, cansados do dia exaustivo, mas sorrirem com o fato de lembrar que há alguém a sua espera, alguém em quem possa desfrutar da felicidade momentânea, somente para não lembrar do que se passou. Ou querem alguém que sirva de porto seguro, como um diário em que pode confiar quando se está num abraço apertado com seus braços amados ao redor de ti, protegendo alguém de algo ruim.

Ou só querem amar, da forma mais simples e segura do verbo, algo impassível, infinito como num breve momento em que se olha pela janela e vê um meteoro rasgando o céu. Você sente aquela coisa dentro de você, uma magia tão verdadeira e ingênua como uma criança que não pensa em nada do que diz. Aquela coisa que está presente quando se olha apaixonadamente alguém, ou quando sorri lendo algo escrito por esse alguém, ou quando sente vontade de ficar ao lado desse alguém por um tempo imensamente grande, do tamanho desse sentimento, dessa coisa.


 Ela, que diz nunca ter amado alguém, criou esse devaneio que por tortos caminhos caiu em algo profundamente simples, nada complexo. Vai ver, os caminhos tortos sejam aquilo em que a complexidade mora, e o simples fato de caminhar por eles dá a um lugar tão simples e mágico como uma casinha simples no meio de uma floresta, mas essa feita de muito esmero, tijolo por tijolo com cimento e suor por entre eles, algo verdadeiro, feito com aquela coisa, essa “coisa” que ela pensa poder chamar de amor.

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Comentem o que acharam desse Momento Estória. 
xoxo babi.

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